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Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/30213
Tipo: Tese
Título: Transtorno mental e sofrimento psíquico no contexto universitário: uma análise à luz das representações sociais e do preconceito
Autor(es): Antas, Kátia Cordeiro
Primeiro Orientador: Larrain, Leoncio Francisco Camino Rodriguez
Resumo: Entre estudantes universitários tem sido constatado aumento do número de casos de transtorno mental e/ou de sofrimento psíquico, o que evidencia necessidade de atenção e cuidado. A presente pesquisa, cujo referencial teórico baseia-se na Teoria das Representações Sociais e do Preconceito, tem como objetivo geral analisar representações sociais de discentes e docentes universitários a respeito do transtorno mental e do sofrimento psíquico, e se há elementos que sinalizem a existência de preconceito. A tese defendida é de que transtorno mental e sofrimento psíquico possuem representações sociais diferentes entre si tanto para discentes como para docentes universitários, porém, ambas possuem elementos de cunho negativo que evidenciam preconceito contra universitários com transtorno mental e sofrimento psíquico, sendo que o transtorno mental contém mais evidências de preconceito. Com o intuito de alcançar estes objetivos, esta tese está organizada num total de três artigos, mais uma cartilha informativa sobre adoecimento mental no contexto acadêmico. O primeiro artigo é o capítulo teórico e trata sobre a contextualização e a conceituação do espaço universitário, da teoria das representações sociais, do transtorno mental, do sofrimento psíquico e do preconceito, fazendo um resgate histórico-cultural sobre essas temáticas. O segundo artigo teve como objetivo analisar e comparar as representações sociais de discentes e de docentes universitários sobre transtorno mental e sofrimento psíquico. Contou com uma amostra de 263 participantes, sendo 178 discentes e 85 docentes, e utilizou como instrumentos de coleta de dados, a Técnica de Associação Livre de Palavras (TALP), com os estímulos “transtorno mental” e “sofrimento psíquico”, cujos dados foram submetidos à análise prototípica. Além disso, foram realizadas as perguntas abertas “Para você, o que é transtorno mental?” e “Para você, o que é sofrimento psíquico?”, cujas respostas foram analisadas através da Classificação Hierárquica Descendente (CHD). Os resultados apontaram o transtorno mental representado como “doença”, “sofrimento”, “depressão” e “loucura”; o sofrimento psíquico, por sua vez, teve representações como dor, angústia, tristeza. O terceiro artigo teve como objetivo investigar se há evidências e/ou elementos que sinalizassem preconceito nas representações sociais de estudantes e professores universitários acerca do transtorno mental e do sofrimento psíquico, em relação a outros estudantes universitários em situação de adoecimento mental estudantil. Contou com a mesma amostra do segundo artigo e seus resultados foram analisados também segundo a CHD. Observamos como consequências do transtorno mental “sofrimento/depressão”, “exclusão/preconceito” e “algo que atrapalha a vida”. Já em relação ao estímulo sofrimento psíquico, surgiram representações como “algo que atrapalha a vida”, e “dor/depressão”. Sobre a presença de elementos que apontam preconceito, para o estímulo transtorno mental, tem-se “descaso/banalização/chacota”, além de “exclusão/isolamento e baixo rendimento/evasão”. Para o estímulo sofrimento psíquico, o preconceito seria expresso como algo que traz “incapacidade, exclusão, banalização e depressão/sofrimento”. Por fim, o último texto é uma cartilha informativa cujo objetivo é fornecer informações sobre adoecimento mental estudantil, orientar e/ou sensibilizar a comunidade acadêmica e a população em geral, para uma melhor compreensão sobre o que é transtorno mental e sofrimento psíquico, bem como suas possíveis consequências no contexto acadêmico. Além disso, apresenta algumas estratégias de prevenção ao processo de adoecimento mental em espaços de formação universitária. Podemos constatar que as representações sociais de discentes e de docentes universitários a respeito do transtorno mental e do sofrimento psíquico divergem em alguns pontos entre os dois grupos, como era esperado, todavia, também apresentam pontos em comum, como as evocações tristeza e sofrimento para ambos os estímulos. Também identificamos representações sociais que apontam a existência do preconceito com evocações como o próprio preconceito, exclusão e estigma. Todos os resultados apontaram na direção da importância de ações de esclarecimento e orientação sobre os conceitos de transtorno mental e sofrimento psíquico, além de sensibilização para com a comunidade acadêmica, a fim de mitigar representações de cunho negativo e comportamentos preconceituosos.
Abstract: There has been an increasing incidence of mental disorders and psychological distress among university students, underscoring the urgency for attention and care. Grounded in the Theory of Social Representations and Prejudice, this study aims to analyze the social representations held by university students and teachers regarding mental disorders and psychological suffering, and to identify potential indications of prejudice. The hypothesis posits that mental disorders and psychological distress are represented differently among students and teachers, but both representations contain negative elements indicative of bias against students with these issues, with mental disorders showing greater evidence of prejudice. This thesis consists of three articles and an informational booklet about mental health in academic settings. The introductory article establishes the theoretical framework, contextualizing and conceptualizing the university environment, the Theory of Social Representations, mental disorders, psychological suffering, and prejudice. It provides a historical and cultural overview of these themes. The second article undertakes a comparative analysis of the social representations of mental disorders and psychological suffering held by university students and teachers. This article includes 263 participants: 178 students and 85 teachers. Data was collected using the Free Word Association Technique (FWA), with the stimuli "mental disorder" and "psychological distress" and analyzed through prototypical analysis. Open-ended questions ("What does mental disorder mean to you?" and "What does psychological distress mean to you?") were also subjected to Descending Hierarchical Classification (DHC). Findings revealed that mental disorders were often represented as illness, suffering, depression, and madness. Psychic suffering, on the other hand, was depicted as pain, anguish, and sadness. The third article aims to explore indications of prejudice in the social representations of mental disorders and psychological suffering held by students and professors, particularly in relation to mentally ill peers. Utilizing the same sample as the second article, results were analyzed using CHD. Consequences of mental disorders included suffering/depression, exclusion/prejudice, and interference with daily life. For psychological suffering, representations emerged as disruptions to life and pain/depression. Elements suggesting prejudice included disregard/banalization/mockery for mental disorders, and exclusion/isolation as well as low performance/avoidance for mental suffering. Finally, the last text is an informational booklet aimed at providing insights into student mental health issues, guiding and/or sensitizing the academic community and the general population to gain a better understanding of what mental disorders and psychological distress entail, as well as their potential consequences within the academic context. Furthermore, the booklet presents several strategies for preventing the onset of mental health challenges in university educational spaces. We can observe that the social representations held by students and university faculty regarding mental disorders and psychological distress diverge in certain aspects between the two groups, as anticipated. However, they also share commonalities, such as the evocation of sadness and suffering in response to both stimuli. We also identified social representations that indicate the presence of prejudice, with evocations like prejudice itself, exclusion, and stigma. All the findings pointed toward the importance of initiatives that provide clarification and guidance regarding the concepts of mental disorders and psychological distress, as well as raising awareness within the academic community, in order to alleviate negative representations and prejudiced behaviors.
Palavras-chave: Psicologia social
Transtorno mental
Representações sociais - Preconceito
Sofrimento psíquico
Estudantes e professores
Mental disorder
Psychological distress
Students and teachers
Social representations
Prejudice
CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal da Paraíba
Sigla da Instituição: UFPB
Departamento: Psicologia Social
Programa: Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social
Tipo de Acesso: Acesso aberto
Attribution-NoDerivs 3.0 Brazil
URI: http://creativecommons.org/licenses/by-nd/3.0/br/
URI: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/30213
Data do documento: 12-Set-2023
Aparece nas coleções:Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA) - Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social

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