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Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/21684
Tipo: TCC
Título: A “venda” da assim chamada “cidade inteligente e sustentável” em João Pessoa-PB: discursos, realidades e contradições
Autor(es): Santos, Maria Tatiana Pinho da Silva
Primeiro Orientador: Padua, Rafael Faleiros de
Resumo: No Brasil, há desigualdades estruturais com raízes políticas, econômicas e sociais, além de forças atuantes e atuais na produção e (re)produção do espaço, com variados agentes envolvidos no processo. Correa (2013) trabalha o conceito de segregação socioespacial, onde a organização espacial é um produto da existência de classes sociais, e este antagonismo aqui é evidenciado. A concentração da distribuição de renda, vistas no meio urbano, é agravada pela manifestação da agenda neoliberal, em que instituições financeiras, especialmente o Banco Mundial (BM) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), adotam um planejamento para as cidades latino-americanas, articulados em projetos próprios de reforma do Estado, que tange à administração das atividades econômicas e gestão política, assim sendo, abrindo entrada para as empresas de capital internacional. Nosso recorte geográfico é os lugares onde o Programa “João Pessoa Sustentável” atua e que tem como partida o contrato de uma operação de crédito externo. Através deste empréstimo, há a justificativa de promover o desenvolvimento social, econômico e ambiental da cidade que vai desde a modernização dos instrumentos de planejamento urbano, da prestação de serviços à administração pública e fiscal. O Programa é dividido em dois componentes: um de investimentos e outro de gestão administrativa, dentro do modelo exigido e guiado pelo BID. O prazo para execução é de 54 meses. A cidade é um organismo dinâmico e vivo, ela se transforma rapidamente, principalmente para absorver os interesses mercantis, de forma extensiva, onde a pobreza inevitavelmente é expulsa para as periferias ou áreas ainda não valorizadas. Esta cidade neoliberal de expressão ideológica burguesa, guiada por estes agentes externos e internos, se sobrepõe a qualquer sentido ou significado igualitário ou compassivo. Não importa se segrega ou aprofunda as desigualdades, pois estas questões não são analisadas pelo planejamento estratégico burguês, pois este visa o lucro e valorização de áreas urbanas. Encostas, topos de morros, terrenos acidentados em geral, que por décadas foram morada dos desterrados, na configuração da nova “cidade inteligente e sustentável” se transforma (“requalifica-se” ou “revitaliza-se”) em amenidades para agradar olhares contemplativos de quem pode pagar por tal, e as pessoas que ali estavam são removidas para outras localidades, talvez não tão ecológicas e “modernas”. Lembrando que a falta de uma renda acessível é a causa das ocupações irregulares, e até então, a ocupação dessas áreas insalubres para moradia nunca foi uma preocupação do poder público, apenas quando estas áreas passaram a ser percebidas e valorizadas pelo mercado. Do ponto de vista social, é um processo bastante preocupante, pois afasta os citadinos despossuídos pertencentes das frações mais vulneráveis e oprimidos socialmente da sua cidade, desterritorializa, e, portanto, dentro de uma análise geográfica na perspectiva da vida concreta e da materialidade existente, este trabalho busca compreender as disparidades e condições atuais, contrapondo os planejamentos propostos para transformar a cidade de João Pessoa em “sustentável e inteligente” através de impulsos externos e mercadológicos. Compreendendo a produção capitalista do espaço, nessa perspectiva, que propostas de sustentabilidade, inteligência e mitigação de impactos promovem conjuntamente a justiça socioambiental? Uma vez que os fenômenos locais aqui apontados têm uma natureza global e sistêmica. A ideia deste trabalho parte da realidade concreta, e os fatos que se opõem são do plano abstrato e por fim os choques dessas duas levam a conclusão, ora síntese.
Abstract: In Brazil, there are structural inequalities with political, economic and social roots, in addition to current and active forces in the production and (re)production of space, with various agents involved in the process. Correa (2013) works on the concept of socio-spatial segregation, where spatial organization is a product of the existence of social classes, and this antagonism is evidenced here. The concentration of income distribution, seen in the urban environment, is aggravated by the manifestation of the neoliberal agenda, in which financial institutions, especially the World Bank (WB) and the Inter-American Development Bank (BID), adopt a plan for Latin cities. articulated in their own projects of State reform, which concerns the administration of economic activities and political management, thus opening entry for companies with international capital. Our geographic focus is the places where the “João Pessoa Sustentável” Program operates, based on the contract of an external credit operation. Through this loan, there is a justification for promoting the social, economic and environmental development of the city, ranging from the modernization of urban planning instruments, the provision of services to the public and fiscal administration. The Program is divided into two components: one for investments and the other for administrative management, within the model required and guided by the BID. The deadline for execution is 54 months. The city is a dynamic and living organism, it changes quickly, mainly to absorb commercial interests, extensively, where poverty is inevitably expelled to the peripheries or areas not yet valued. This neoliberal city of bourgeois ideological expression, guided by these external and internal agents, overrides any egalitarian or compassionate sense or meaning. It does not matter whether it segregates or deepens inequalities, as these issues are not analyzed by bourgeois strategic planning, as it seeks profit and valorization of urban areas. Slopes, hilltops, rough terrain in general, which for decades were home to the exiled, in the configuration of the new "smart and sustainable city" is transformed ("requalifies" or "revitalizes itself") into amenities to please contemplative eyes of those who can pay for it, and the people who were there are removed to other locations, perhaps not so ecological and “modern”. Remembering that the lack of affordable income is the cause of irregular occupations, and until then, the occupation of these unhealthy areas for housing was never a concern of the government, only when these areas started to be perceived and valued by the market. From a social point of view, it is a very worrying process, as it distances the dispossessed townspeople belonging to the most vulnerable and socially oppressed fractions of their city, it deterritorializes, and therefore, within a geographical analysis from the perspective of concrete life and existing materiality, this work seeks to understand the disparities and current conditions, contrasting the plans proposed to transform the city of João Pessoa into “sustainabl e and intelligent” through external and market impulses. Understanding the capitalist production of space, from this perspective, which proposals for sustainability, intelligence and impact mitigation jointly promote socio-environmental justice? Since the local phenomena mentioned here have a global and systemic nature. The idea of this work starts from the concrete reality, and the opposing facts are from the abstract plane and, finally, the clashes of these two lead to a conclusion, sometimes a synthesis.
Palavras-chave: Tipos de cidades
Cidades inteligentes
Cidades sustentáveis
Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID
CNPq: CNPQ::CIENCIAS EXATAS E DA TERRA::GEOCIENCIAS
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal da Paraíba
Sigla da Instituição: UFPB
Departamento: Geociências
Tipo de Acesso: Acesso aberto
URI: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/21684
Data do documento: 2-Dez-2021
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