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Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/25205
Tipo: Tese
Título: Minha casa, qual vida cotidiana? investigando perdas e ganhos de capital espacial da vida cotidiana de indivíduos beneficiados pelo Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV)
Autor(es): Lopes, Flávia Monaliza Nunes Secundo
Primeiro Orientador: Medeiros, Lucas Figueiredo de
Primeiro Coorientador: Trigueiro, Edja Bezerra Faria
Resumo: Esta tese investiga mudanças no Capital Espacial da Vida Cotidiana de indivíduos que se mudaram para habitações de interesse social financiadas por grandes programas habitacionais e discute como essas mudanças podem ter afetado a rotina das pessoas na cidade, engendrado problemas urbanos mais graves, como a segregação socioespacial. A tese introduz a ideia de Capital Espacial da Vida Cotidiana, um esforço teórico-metodológico concebido no sentido de expandir a discussão em torno da Teoria do Capital Espacial (MARCUS, 2010), incluindo no seu escopo analítico variáveis relacionadas a vida cotidiana dos indivíduos na cidade. Fundamentalmente, o Capital Espacial da Vida Cotidiana é a resultante das vantagens/desvantagens possíveis de serem extraídas a partir da maneira que a combinação da configuração da malha urbana, do uso do solo e do sistema de transportes públicos viabilizam o acesso a oportunidades de encontrar pessoas e acessar lugares na cidade. A pesquisa tem como estudo de caso o Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV) e seus efeitos sobre o Capital Espacial da Vida Cotidiana dos beneficiários na cidade de Natal, no Rio Grande do Norte, Brasil. O PMCMV, maior programa habitacional que já existiu no país, financiou de 4 milhões de habitações por todo território nacional para pessoas de média e baixa renda durante os anos de 2009 a 2020. Uma produção habitacional que promoveu e consolidou novas localizações nas cidades. Por sua vez, também lastreou o surgimento de novas relações espaciais entre as pessoas que se mudaram para esses conjuntos e a cidade. Nessa perspectiva, surgem as principais questões de pesquisa: como é o Capital Espacial da Vida Cotidiana dessas pessoas na nova residência financiada pelo PMCMV? Como seria se elas ainda estivessem morando nas residências anteriores? Quais foram as perdas e ganhos de Capital Espacial? A hipótese desta tese é que quando indivíduos se mudam para os conjuntos habitacionais financiados pelo PMCMV eles perdem Capital Espacial da Vida Cotidiana em uma escala local. Essa perda, maior para os beneficiários com menor renda, os leva a ter que superar maiores distâncias para acessar oportunidades na cidade, comparando com a localização de sua residência anterior. A necessidade de superar maiores distâncias os deixa mais dependentes de modos de transportes motorizados e pagos. Essa dependência, mais grave para pessoas de menor renda, com menores condições de pagar por esses deslocamentos, pesa sobre o orçamento familiar e pode engendrar situações mais grave como isolamento, exclusão e segregação socioespacial. Para entender as perdas e ganhos para a vida urbana cotidiana dessas pessoas, a pesquisa compara o Capital Espacial da Vida Cotidiana da localização anterior e dos conjuntos financiados pelo PMCMV. A análise está fundamentada na criação de perfis de Capital Espacial da Vida Cotidiana para diferentes escalas relacionadas a viagens a pé, de bicicleta e de transporte público. Esses perfis foram modelados a partir de medidas de acessibilidade cumulativa calculadas por meio de viagens roteadas em modelos de redes unimodal e multimodal de transportes urbanos criados para esta tese. Resultados apontam que a mudança para o PMCMV resultou numa maior perda de Capital Espacial da vida cotidiana para pessoas mais pobres. Esses resultados demonstram a hipótese e reforçam a necessidade de se repensar e remodelar programas habitacionais levando em conta a situação socioeconômica do público-alvo e os custos adicionais que emergem a partir da nova relação com a cidade.
Abstract: This thesis aims at understanding changes in the spatial capital of everyday life of individuals who moved into houses financed by housing governmental programs. Furthermore, it discusses how rehousing might affect the routine of the people in the city and generate problems such as spatial and social exclusion and segregation. The Spatial Capital of Everyday Life is a theoretical-methodological effort built upon the Theory of Spatial Capital (MARCUS, 2010) to address intrinsic aspects of everyday life of individuals in the city. Specifically, the Spatial Capital of Everyday Life are advantages/disadvantages extracted from the combination of the configuration of the urban network, land use, and the public transport system that enable access to opportunities for finding and accessing people and places in the city. The empirical focus is the Spatial Capital of Everyday Life of people who moved into houses financed by Minha Casa, Minha Vida housing program (MCMV) (“My House, My Life”), in Natal, Rio Grande do Norte, Brazil. The MCMV, created in 2009 and discontinued in 2020, was the biggest housing program that existed in Brazil. During its existence, the PMCMV financed the acquisition of almost 4 million housing units nationwide for low and medium-income people. A relevant production that created and consolidated new urban territories. Therefore, altering relations between people that moved into PMCMV units and the city at different levels. In this regard, the following research questions arise: how is the Spatial Capital of Everyday Life in the MCMV’s housing estate? What would it be like if they were still living in the old locations? What were the gains and losses of spatial capital? How might this impact the everyday lives of individuals who have moved into these residences? The hypothesis is that when individuals moved into the PMCMV housing estates, they lose Spatial Capital at the local scale. This loss, worse for the lower-income people, requires them to travel longer distances to access opportunities in the city, as compared to the location of their former residences. Traveling longer distances makes them more dependent on paid modes of transport, thus creating hardships for people with lower incomes and fewer resources. To understand the interplay between gains and losses in their urban life, the research compares the Spatial Capital of the location where these individuals lived before and the MCMV's locations. The analysis was based on the creation of Spatial Capital profiles concerning four scales related to different modes of transport: (i) local scale 01 - walking; (ii) local scale 02 - cycling; (iii) global scale 01 - a 23-minute commute on public transport; (iv) global scale 02 - a 47-minute commute on public transport. These profiles were modeled using cumulative accessibility measures calculated from a unimodal and a multimodal urban transport networks models created for this thesis. The results show a major loss of Spatial Capital of Everyday Life for lower-income individuals. These results demonstrate the hypothesis and show the segregating character of the MCMV. Moreover, it recalls the need to discuss and remodel housing programs, taking into account the costs that emerge from the new location and how and if the beneficiaries can deal with them.
Palavras-chave: Capital espacial
Capital espacial da vida cotidiana
Vida urbana
Programas habitacionais
Minha Casa Minha Vida
Rede multimodal de transporte
Spatial capital
Spatial capital of everyday life
Urban life
Housing programmes
Minha Casa Minha Vida
Multi-modal urban network
CNPq: CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::ARQUITETURA E URBANISMO
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal da Paraíba
Sigla da Instituição: UFPB
Departamento: Arquitetura e Urbanismo
Programa: Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo
Tipo de Acesso: Acesso aberto
Attribution-NoDerivs 3.0 Brazil
URI: http://creativecommons.org/licenses/by-nd/3.0/br/
URI: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/25205
Data do documento: 16-Mai-2022
Aparece nas coleções:Centro de Tecnologia (CT) - Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo

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