Skip navigation

Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/29924
Tipo: Tese
Título: “No princípio era o ato”: totalização e falha de Lacan a Marx
Autor(es): Maia, Álvaro Lins Monteiro
Primeiro Orientador: Fontes, Narbal de Marsilac
Primeiro Coorientador: Amaral, Ilana Viana do
Resumo: Este trabalho tem por objetivo sustentar a tese de que o ato, tal como conceituado pelo psicanalista francês Jacques Lacan, com base no ato psicanalítico enquanto ‘fim de análise’, ou como passagem de analisante a analista, em uma psicanálise, e em homologia com o ato revolucionário tal como pode ser aduzido da posição de Karl Marx frente a sua teoria do capital, que esse ato, portanto, ocupa um lugar precário e vazio de causa, em relação aos processos de subjetivação e formação social, que em Lacan podem ser rastreados nas vias de renúncia e recuperação de gozo e que surgem como produção de mais-de-gozar, termo cunhado a partir do gozo em psicanálise (e que remete ao ‘Lust’ de Freud) e também da mais-valia de Marx, guardando com esta última uma igualdade estrutural que permite considerar mais-de-gozar e mais-valia como homólogas, à semelhança da homologia entre ato psicanalítico e ato revolucionário. A posição do ato como o que ocupa o lugar vazio e ofuscado da causa em relação à produção do mais-de-gozar responde, em uma extrapolação geral da noção de ato, pelo efeito de sujeito como fundamentalmente divisor, e se, ao mesmo tempo, o ato se produz como resultado dos processos de renúncia e recuperação de gozo, essa produção encontra retroativamente a estrutura desse efeito de sujeito enquanto divisão estatutária que ao fim, por sua vez, produz a si mesma. Essa postura, em contraposição a outra que considerasse unilateralmente o ato apenas como resultado da produção de mais-de-gozar, tem a vantagem de não arriscar dissolver aí o efeito de divisão, que constitui a própria estrutura do ato, nos processos de significação, cuja consequência é a do mascaramento da falha constitutiva do sujeito, e portanto, da neutralização dos desfechos mais importantes de uma psicanálise e da luta social. Por essa razão, como fruto das conclusões daí aduzidas, esta tese permite, ao mesmo tempo, repensar, não sem precedentes, os rumos da teoria revolucionária no interior da tradição marxista, além dos rumos da própria psicanálise em tempos de sua dissolução em uma terapêutica da adaptação aos mercados.
Abstract: This work aims to support the thesis that the act, as conceptualized by the french psychoanalyst Jacques Lacan, based on the psychoanalytic act as the 'end of analysis', or as a passage from analysant to analyst, in a psychoanalysis, and in homology with the revolutionary act, as can be adduced from Karl Marx's position in relation to his theory of capital, that this act, therefore, occupies a precarious and empty place of cause, in relation to the processes of subjectivation and social formation, which in Lacan can be traced in the paths of renunciation and recovery of jouissance and which emerge as the production of surplus-jouissance, a term coined from jouissance in psychoanalysis (and which refers to Freud's 'Lust') and also from Marx's surplus-value, keeping with the latter a structural equality that allows considering surplus-enjoyment and surplus-value as homologous, similarity to the homology between psychoanalytic act and revolutionary act. The position of the act as that which occupies the empty and obfuscated place of the cause in relation to the production of surplus-jouissance responds, in a general extrapolation of the notion of act, to the effect of subject as fundamentally divisive, and if, at the same time , the act is produced as a result of the processes of renunciation and recovery of jouissance, this production retroactively finds the structure of this effect of subject as a statutory division that, in the end, in turn, produces itself. This stance, as opposed to another that unilaterally considered the act only as a result of the production of surplus-jouissance, has the advantage of not risking dissolving the effect of division, which constitutes the very structure of the act, in the processes of signification, whose consequence is the masking of the subject's constitutive failure, and therefore, the neutralization of the most important outcomes of psychoanalysis and social struggle. For this reason, as a result of the conclusions drawn from it, this thesis allows, at the same time, to rethink, not without precedent, the paths of revolutionary theory within the Marxist tradition, in addition to the paths of psychoanalysis itself in times of its dissolution into a therapeutics of adaptation to markets.
RÉSUMÉ. Ce travail vise à soutenir la thèse selon laquelle l'acte, tel que conceptualisé par le psychanalyste français Jacques Lacan, fondé sur l'acte psychanalytique comme ‘fin de l'analyse’, ou comme passage de l'analysant à l'analyste, dans une psychanalyse, et en homologie avec l’acte révolutionnaire, comme on peut le déduire de la position de Karl Marx par rapport à sa théorie du capital, que cet acte occupe donc une place précaire et vide de cause, par rapport aux processus de subjectivation et de formation sociale, qui chez Lacan peuvent être tracés dans les voies de renoncement et de récupération de la jouissance et qui émergent comme la production du plus-de-jouir, terme forgé à partir de la jouissance en psychanalyse (et qui renvoie à la ‘Lust’ de Freud) et aussi de la plus-value de Marx, conservant avec cette dernière une égalité structurelle qui permet de considérer le plus-de-jouir et la plus-value comme homologues, à l'image de l'homologie entre acte psychanalytique et acte révolutionnaire. La position de l'acte comme ce qui occupe la place vide et obscurcie de la cause par rapport à la production du plus-de-jouir répond, dans une extrapolation générale de la notion d'acte, pour l'effet de sujet comme fondamentalement clivant, et si, en même temps, l'acte se produit en tant que résultat des processus de renoncement et de récupération de la jouissance, cette production retrouve rétroactivement la structure de cet effet de sujet comme division statutaire qui, à la fin, à son tour, produit à soi-même. Cette position, par opposition à une autre qui ne considérait unilatéralement l'acte que comme résultat de la production de plus-de-jouir, a l'avantage de ne pas risquer de dissoudre l'effet de division, qui constitue la structure même de l'acte, dans les processus de signification, dont la conséquence est le masquage de l'échec constitutif du sujet, et donc, la neutralisation des issues les plus importants de la psychanalyse et de la lutte sociale. Pour cette raison, à la suite des conclusions qui en sont tirées, cette thèse permet, en même temps, de repenser, non sans précédent, les voies de la théorie révolutionnaire au sein de la tradition marxiste, en plus des voies de la psychanalyse elle-même à l'époque de sa dissolution dans une thérapeutique d'adaptation aux marchés.
Palavras-chave: Psicanálise
Ato psicanalítico
Ato revolucionário
Lacan, Jacques, 1901-1981
Marx, Karl, 1818-1883
Mais-de-gozar
Mais-valia
Psychoanalysis
Act psychoanalytic
Act revolucionary
Surplus-jouissance
Surplus-value
Acte psychanalytique
Acte revolutionaire
Plus-de-jouir
Plus-value
CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::FILOSOFIA
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal da Paraíba
Sigla da Instituição: UFPB
Departamento: Filosofia
Programa: Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Tipo de Acesso: Acesso aberto
Attribution-NoDerivs 3.0 Brazil
URI: http://creativecommons.org/licenses/by-nd/3.0/br/
URI: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/29924
Data do documento: 24-Mai-2022
Aparece nas coleções:Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA) - Programa de Pós-Graduação em Filosofia

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
ÁlvaroLinsMonteiroMaia_Tese.pdf1,83 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Este item está licenciada sob uma Licença Creative Commons Creative Commons