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https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/30463
Tipo: | Dissertação |
Título: | Marcas do cárcere: a vida das mulheres mães que passaram pelo sistema prisional do estado da Paraíba |
Autor(es): | Soares, Isadora Queiróz |
Primeiro Orientador: | Garcia, Renata Monteiro |
Resumo: | Esta pesquisa teve como objetivo analisar as consequências da privação de liberdade para as mulheres mães e seus/suas filhos/as, a partir da experiência de egressas do Centro de Reeducação Maria Júlia Maranhão, localizado na cidade de João Pessoa - PB. A perspectiva teórica versou sobre o diálogo entre a Criminologia Crítica e a Criminologia Feminista, visando um debate conceitual crítico sobre mulheres e prisão. No que diz respeito à metodologia, tratou-se de uma pesquisa de campo, cujos dados foram coletados a partir de entrevistas semiestruturadas com oito interlocutoras. As informações obtidas foram submetidas à Análise Temática, em que foram geradas nove categorias através das falas mais expressivas dessas mulheres. Assim, foram selecionadas para o debate teórico seguintes temáticas: “As motivações para o crime e o papel do cuidado atribuído à figura feminina”, “O tráfico como trabalho e a atuação precária das mulheres nessa atividade”, “As diversas violações de direitos no ambiente carcerário”, “As atividades prisionais”, “As visitas, o abandono e os filhos”, “A extensão da punição para os filhos”, “O acesso ao sistema de justiça e as tornozeleiras eletrônicas” “O mercado de trabalho, a pena de multa e o Escritório Social” e “As marcas subjetivas no pós-cárcere.” Os resultados nos permitiram identificar que a necessidade financeira articulada ao papel do cuidado atribuído à figura feminina faz com que muitas mulheres recorram às práticas ilícitas. Os postos de trabalho no tráfico de drogas reproduzem as desigualdades vividas pelas mulheres em relação à classe, gênero e raça. Quando são encarceradas, o sistema prisional torna-se um criador de marcas físicas, emocionais, sociais e econômicas para elas e para os seus filhos. Dentro do sistema carcerário, observa-se diversas violações de direitos, como violências físicas e psicológicas, falta de acesso aos itens básicos de sobrevivência, o não acesso ao sistema de saúde e outras diversas precariedades, como restrição à alimentação, superlotação das celas e inexistência de trabalho e estudo que possibilitem a introdução dessa população no mercado de trabalho formal fora das grades. Problematizar as experiências vividas por essas mulheres, no período pós-cárcere, nos possibilita compreender que o sistema prisional não tem êxito na sua função declarada de ressocializador. Os resultados pós-cárcere demonstram que houve o aumento da condição de vulnerabilidade econômica, social e subjetiva das famílias monoparentais femininas. Observase o descaso do Sistema de Justiça com a população egressa, a restrição de oportunidades e o preconceito advindos da utilização das tornozeleiras eletrônicas e o aumento da dificuldade no encontro de trabalhos, em virtude do estigma de ex-presidiárias. As marcas subjetivas no póscárcere indicam que os traumas referentes ao período do encarceramento ainda estão presentes na vida de todos os membros das famílias e que as relações das mães com os seus filhos foram desgastadas ou os vínculos familiares foram rompidos. |
Abstract: | This research aimed to analyze the consequences of deprivation of liberty for women mothers and their children, based on the experience of graduates from the Maria Júlia Maranhão Reeducation Center, located in the city of João Pessoa - PB. The theoretical perspective focused on the dialogue between Critical Criminology and Feminist Criminology, aiming for a critical conceptual debate about women and prison. Regarding the methodology, it was a field research, whose data were collected from semi-structured interviews with eight interlocutors. The information obtained was subjected to Thematic Analysis, in which nine categories were generated through the most expressive statements of these women. Thus, the following themes were selected for the theoretical debate: “The motivations for crime and the role of care attributed to the female figure”, “Trafficking as work and the precarious performance of women in this activity”, “The various violations of rights in the prison environment”, “Prison activities”, “Visits, abandonment and children”, “The extent of punishment for children”, “Access to the justice system and electronic ankle monitors” “The job market, the penalty of fine and the Social Office” and “Subjective marks in the postprison period.” The results allowed us to identify that the financial need linked to the role of care attributed to the female figure causes many women to resort to illicit practices. Jobs in drug trafficking reproduce the inequalities experienced by women in relation to class, gender and race. When they are incarcerated, the prison system becomes a creator of physical, emotional, social and economic scars for them and their children. Within the prison system, there are several violations of rights, such as physical and psychological violence, lack of access to basic survival items, lack of access to the health system and other precarious situations, such as food restrictions, overcrowding of cells and lack of of work and study that enable the introduction of this population into the formal job market outside of prisons. Problematizing the experiences lived by these women, in the post-prison period, allows us to understand that the prison system is not successful in its declared function of resocializing. The post-prison results demonstrate that there was an increase in the condition of economic, social and subjective vulnerability of female single-parent families. The Justice System's disregard for the ex-prisoner population, the restriction of opportunities and prejudice arising from the use of electronic ankle bracelets and the increased difficulty in finding jobs, due to the stigma of ex-prisoners, can be observed. The subjective marks in the post-prison period indicate that the traumas related to the period of incarceration are still present in the lives of all family members and that the relationships between mothers and their children have been strained or family ties have been broken. |
Palavras-chave: | Sistema prisional feminino Encarceramento feminino Famílias monoparentais Pós-cárcere - Mulheres Egressas - Penitenciária feminina Prison system Female incarceration Female single parent families Postprison Graduates |
CNPq: | CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::SERVICO SOCIAL |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Editor: | Universidade Federal da Paraíba |
Sigla da Instituição: | UFPB |
Departamento: | Serviço Social |
Programa: | Programa de Pós-Graduação em Serviço Social |
Tipo de Acesso: | Acesso aberto Attribution-NoDerivs 3.0 Brazil |
URI: | http://creativecommons.org/licenses/by-nd/3.0/br/ |
URI: | https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/30463 |
Data do documento: | 7-Ago-2023 |
Aparece nas coleções: | Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA) - Programa de Pós-Graduação em Serviço Social |
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