Skip navigation

Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/33307
Tipo: Dissertação
Título: A vida precária a partir da precariedade menstrual : uma análise acerca da identidade social de pessoas negras que menstruam na microrregião de Guarabira-PB
Autor(es): Paulino, Glabelle Maria Freire
Primeiro Orientador: Rocha, Jailson José Gomes da
Resumo: Algumas vidas são vistas e tratadas como mais importantes. Isso fica evidenciado ao trazer questões de raça, classe, gênero e sexualidade, inclusive quando estas se encontram interligadas - como no corpo negro que menstrua em situação de vulnerabilidade econômica. Considerando que discursos de poder legitimam a desigualdade e a violência contra sujeitos que não se enquadram em determinadas categorias (ser homem/branco/cis/hetero/rico) se destacam negativamente, não sendo caracterizados como importantes - mas como “seres desviantes”. Tendo em vista a hierarquia existente na forma de tratar alguns corpos, o objetivo principal do presente trabalho é analisar os cenários de precariedades no que tange ao autocuidado, como a pobreza menstrual, no intuito de observar em que medida tais precariedades se associam ao poder que regula vidas sob uma lógica racista e sexista. É nesse mister que se acaba também por discutir e problematizar a identidade social deste corpo que já nasce sob rótulos estigmatizantes. Para tratar do imaginário social, há a referência do filósofo e historiador Bronislaw Baczko, para quem tal conceito seria um conjunto de representações coletivas que servem aos interesses daqueles que se encontram no poder. Sobre representações sociais, além da performance tratada por Judith Butler enquanto norma, também se faz relevante a referência ao sociólogo e antropólogo Erving Goffman, cuja fala é sobre como alguns comportamentos são adotados para fugir do estigma. Para compreender os impactos que esse imaginário gera na identidade do negro, um dos autores trabalhados, além de Frantz Fanon, é a psiquiatra e psicanalista Neusa Santos e a também psicanalista Virginia Leone Bicudo, autoras que dissertam acerca da busca pelo ideal da branquitude. Além de citar as imagens sociais criadas pelos brancos sobre mulheres negras, algo tão primorosamente trabalhado por Patricia Hill Collins e bell hooks, outra referência chave é a psicóloga Cida Bento - quem fala sobre o poder da branquitude que permanece diante de um pacto diariamente firmado de forma inconsciente. No campo do estudo da identidade, sobretudo da identidade social, quatro autores foram trazidos para trazer essa compreensão: Stuart Hall, Zygmunt Bauman, Antonio Ciampa e Claude Dubar. E na tentativa de trazer uma compreensão do que é o poder, como ele transita e sob quais fins, além de Michel Foucault, também Achille Mbembe e Sueli Carneiro - uma referência na fala sobre o racismo enquanto dispositivo do poder. Para além da pesquisa bibliográfica, a aplicação de entrevistas semiestruturadas também se valeu como técnica metodológica importante para se expor essencialidades retidas nos corpos entrevistados, permitindo uma análise sobre uma biopolítica racista que interfere na identidade dos sujeitos. Sob tais perspectivas, a pesquisa se apresenta como qualitativa, básica e exploratória, trazendo a história oral e a ADC como métodos para feitura da análise dos dados. Os resultados aos quais se pretendem chegar é uma reflexão sobre vidas limitadas por ser/estar em um lugar de exclusão numa sociedade regulada.
Abstract: Some lives are seen and treated as more important. This is evident when bringing up issues of race, class, gender and sexuality, even when these are interconnected - as in the black body that menstruates in a situation of economic vulnerability. Considering that discourses of power legitimize inequality and violence against subjects who do not fit into certain categories (being male/white/cis/hetero/rich) they stand out negatively, not being characterized as important - but as “deviant beings”. Bearing in mind the existing hierarchy in the way of treating some bodies, the main objective of the present work is to analyze the scenarios of precariousness regarding self-care, such as menstrual poverty, in order to observe to what extent such precariousness is associated with the power that regulates lives under a racist and sexist logic. It is in this context that we also end up discussing and problematizing the social identity of this body that is already born under stigmatizing labels. To deal with the social imaginary, there is reference to the philosopher and historian Bronislaw Baczko, for whom such a concept would be a set of collective representations that serve the interests of those in power. Regarding social representations, in addition to the performance treated by Judith Butler as a norm, the reference to sociologist and anthropologist Erving Goffman is also relevant, whose speech is about how some behaviors are adopted to escape stigma. To understand the impacts that this imaginary generates on the identity of black people, one of the authors worked on, in addition to Frantz Fanon, is the psychiatrist and psychoanalyst Neusa Santos and also the psychoanalyst Virginia Leone Bicudo, authors who speak about the search for the ideal of whiteness. In addition to citing the social images created by white people about black women, something so exquisitely worked on by Patricia Hill Collins and bell hooks, another key reference is the psychologist Cida Bento - who talks about the power of whiteness that remains in the face of a daily signed pact of unconscious way. In the field of studying identity, especially social identity, four authors were brought to bring this understanding: Stuart Hall, Zygmunt Bauman, Antonio Ciampa and Claude Dubar. And in an attempt to bring an understanding of what power is, how it moves and for what purposes, in addition to Michel Foucault, also Achille Mbembe and Sueli Carneiro - a reference in the speech about racism as a device of power. In addition to bibliographical research, the application of semi-structured interviews was also used as an important methodological technique to expose essentialities retained in the interviewed bodies, allowing an analysis of a racist biopolitics that interferes with the identity of the subjects. From these perspectives, the research presents itself as qualitative, basic and exploratory, using oral history and CDA as methods for carrying out data analysis. The results we intend to achieve are a reflection on lives limited by being in a place of exclusion in a regulated society.
Palavras-chave: Direitos humanos - Vida precária
Identidade social
Pobreza menstrual
Human Rights
Identify
Menstrual poverty
Precarious life
CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal da Paraíba
Sigla da Instituição: UFPB
Departamento: Cidadania e Direitos Humanos
Programa: Programa de Pós-Graduação em Direitos Humanos, Cidadania e Políticas Públicas
Tipo de Acesso: Acesso aberto
Attribution-NoDerivs 3.0 Brazil
URI: http://creativecommons.org/licenses/by-nd/3.0/br/
URI: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/33307
Data do documento: 24-Jul-2024
Aparece nas coleções:Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA) - Programa de Pós-Graduação em Direitos Humanos

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
GlabelleMariaFreirePaulino_Dissert.pdf1,13 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Este item está licenciada sob uma Licença Creative Commons Creative Commons