Skip navigation

Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/35245
Tipo: Tese
Título: Análise do consumo alimentar e a situação de insegurança alimentar de mulheres adultas usuárias do SUS de João Pessoa, Paraíba
Autor(es): Gomes, Nadjeanny Ingrid Galdino
Primeiro Orientador: Vianna, Rodrigo Pinheiro de Toledo
Segundo Orientador: Lima Filho, Luiz Medeiros de Araújo
Resumo: Compreender o comportamento alimentar é essencial para direcionar intervenções nutricionais eficazes, uma vez que reflete as escolhas e práticas alimentares da população, influenciadas por transformações ao longo dos anos. Essas mudanças contribuem para a transição nutricional que afetam os padrões alimentares. Entretanto, fatores socioeconômicos impactam diretamente esses padrões, entre mulheres de baixa renda, que enfrentam maior vulnerabilidade social e dificuldades no acesso a alimentos de qualidade. A insegurança alimentar, marcada pela preocupação, incerteza e privação de alimentos adequados, afeta milhões de brasileiros, sendo mais intensa entre famílias chefiadas por mulheres. Em 2022, cerca de 125,2 milhões de pessoas enfrentavam algum grau desse problema, evidenciando a necessidade de políticas públicas voltadas para a redução das desigualdades e garantia da segurança alimentar. O objetivo deste trabalho foi analisar o consumo alimentar e a situação de insegurança alimentar de mulheres adultas usuárias do SUS de João Pessoa. Trata-se de um estudo transversal aninhado a uma coorte prospectiva, com 268 mulheres entre 18 e 59 anos recrutadas em 10 Unidades Básicas de Saúde da Família para a análise do consumo alimentar, e 262 mulheres para a avaliação da insegurança alimenta. Foram realizadas entrevistas face a face para a caracterização da amostra, avaliação do estado nutricional, avaliação do consumo alimentar a partir de recordatórios alimentares de 24 horas, avaliação da insegurança alimentar, inventário de ansiedade traçoestado e questionário de qualidade de vida da OMS. Os padrões alimentares foram identificados por análise fatorial exploratória, utilizando extração por componentes principais, considerando fatores com autovalor maior que 1 e rotação varimax. A adesão a esses padrões foi avaliada por testes de comparação de médias (T-Student e ANOVA), enquanto a associação com variáveis independentes foi analisada por regressão logística múltipla, com cada fator dicotomizado como variável dependente. Além disso, foram aplicados 14 modelos de aprendizagem de máquina para classificação e identificação dos fatores associados. A seleção do melhor conjunto de hiperparâmetros foi feita com base na área sob a curva ROC, além das métricas de acurácia, F-measure, precisão, recall, especificidade e coeficiente Kappa. Foram identificados quatro padrões alimentares: “Não saudável”, “Misto 1”, “Misto 2” e “Tradicional”, que explicam 36% da variância total da amostra. Estar gestante esteve associado com maior adesão tanto ao padrão “Não saudável” (OR: 7,62; IC95%: 3,59 – 16,19) como ao padrão “Tradicional” (OR: 6,00; IC95%: 2,82-12,78). Ter mais que 35 anos esteve relacionado com o padrão “Tradicional” (OR: 2,10; IC95%: 1,06 – 4,18) e a baixa escolaridade com o padrão “Não saudável” (OR: 3,10; IC95%: 1,18 – 8,12). O modelo RDA demonstrou bom desempenho na classificação da insegurança alimentar, atingindo 81% de acurácia, ou seja, classificando corretamente oito em cada 10 mulheres. Sua precisão foi de 73%, indicando que, a cada 10 mulheres preditas com insegurança alimentar, sete foram corretamente classificadas. Embora a renda não tenha se destacado diretamente entre as variáveis mais importantes, o recebimento de benefícios governamentais mostrou uma relação direta na importância das variáveis. Ainda assim, a tendência de escolha por alimentos não saudáveis entre mulheres de menor nível socioeconômico deve ser considerado em estratégias de saúde que promovam educação nutricional e acesso a alimentos saudáveis. Além disso, a maior adesão ao padrão tradicional entre mulheres mais velhas sugere que a piora na qualidade da alimentação pode ser um fenômeno recente. Os modelos de aprendizagem de máquina demonstraram capacidade de identificar populações em vulnerabilidade, contribuindo para a promoção e prevenção da insegurança alimentar de forma ágil e eficaz. Entre eles, o RDA apresentou o melhor desempenho ao incluir fatores sociodemográficos e de saúde mental.
Abstract: Understanding eating behavior is essential to direct effective nutritional interventions, since it reflects the population's eating choices and practices, influenced by changes over the years. These changes contribute to the nutritional transition that affects eating patterns. However, socioeconomic factors directly impact these patterns, among low-income women, who face greater social vulnerability and difficulties in accessing quality food. Food insecurity, marked by concern, uncertainty, and deprivation of adequate food, affects millions of Brazilians, being more intense among families headed by women. In 2022, approximately 125.2 million people faced some degree of this problem, highlighting the need for public policies aimed at reducing inequalities and ensuring food security. The objective of this study was to analyze food consumption and the food insecurity situation of adult women users of the SUS in João Pessoa. This was a cross-sectional study nested in a prospective cohort, with 268 women aged 18 to 59 years recruited from 10 Basic Family Health Units for the analysis of food consumption, and 262 women for the assessment of food insecurity. Face-to-face interviews were conducted to characterize the sample, assess nutritional status, assess food consumption from 24-hour dietary recalls, assess food insecurity, assess state-trait anxiety inventory and the WHO quality of life questionnaire. Dietary patterns were identified by exploratory factor analysis, using principal components extraction, considering factors with eigenvalue greater than 1 and varimax rotation. Adherence to these patterns was assessed by means of comparison tests (T-Student and ANOVA), while the association with independent variables was analyzed by multiple logistic regression, with each factor dichotomized as a dependent variable. In addition, 14 machine learning models were applied to classify and identify associated factors. The best set of hyperparameters was selected based on the area under the ROC curve, in addition to the accuracy metrics, F-measure, precision, recall, specificity and Kappa coefficient. Four dietary patterns were identified: “Unhealthy”, “Mixed 1”, “Mixed 2” and “Traditional”, which explain 36% of the total variance of the sample. Being pregnant was associated with greater adherence to both the “Unhealthy” pattern (OR: 7.62; 95% CI: 3.59–16.19) and the “Traditional” pattern (OR: 6.00; 95% CI: 2.82–12.78). Being over 35 years old was associated with the “Traditional” pattern (OR: 2.10; 95%CI: 1.06–4.18) and low education level with the “Unhealthy” pattern (OR: 3.10; 95%CI: 1.18–8.12). The RDA model demonstrated good performance in classifying food insecurity, reaching 81% accuracy, that is, correctly classifying eight out of every 10 women. Its accuracy was 73%, indicating that, for every 10 women predicted to be food insecure, seven were correctly classified. Although income did not stand out directly among the most important variables, receipt of government benefits showed a direct relationship in the importance of the variables. Even so, the tendency to choose unhealthy foods among women of lower socioeconomic status should be considered in health strategies that promote nutritional education and access to healthy foods. In addition, greater adherence to the traditional pattern among older women suggests that the worsening of diet quality may be a recent phenomenon. Machine learning models demonstrated the ability to identify vulnerable populations, contributing to the promotion and prevention of food insecurity in an agile and effective manner. Among them, RDA presented the best performance when including sociodemographic and mental health factors.
Palavras-chave: Consumo alimentar - Mulheres
Padrões alimentares - Mulheres
Insegurança alimentar - Mulheres
Aprendizagem de máquina supervisionado
Food consumption
Dietary patterns
Women
Food insecurity
Supervised Machine Learning
CNPq: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVA
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal da Paraíba
Sigla da Instituição: UFPB
Departamento: Ciências Exatas e da Saúde
Programa: Programa de Pós-Graduação em Modelos de Decisão e Saúde
Tipo de Acesso: Acesso aberto
Attribution-NoDerivs 3.0 Brazil
URI: http://creativecommons.org/licenses/by-nd/3.0/br/
URI: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/35245
Data do documento: 21-Fev-2025
Aparece nas coleções:Centro de Ciências Exatas e da Natureza (CCEN) - Programa de Pós-Graduação em Modelos de Decisão e Saúde

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
NadjeannyIngridGaldinoGomes_Tese.pdf4,64 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir
NadjeannyIngridGaldinoGomes_Tese_Ficha_SIGAA.pdf2,14 kBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Este item está licenciada sob uma Licença Creative Commons Creative Commons