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https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/36151
Tipo: | Tese |
Título: | Representações sociais da loucura : um modelo integrativo entre sistemas de representações e polifasia cognitiva |
Autor(es): | Moura, Linniker Matheus Soares de |
Primeiro Orientador: | Maciel, Silvana Carneiro |
Resumo: | Esta tese investiga as Representações Sociais (RS) da loucura a partir de um modelo integrativo que articula os Sistemas de Representações Sociais (SRS) e a Polifasia Cognitiva. Fundamentada na Teoria das Representações Sociais (TRS), a pesquisa analisa a construção histórica e discursiva da loucura, evidenciando disputas simbólicas entre abordagens biomédicas, filosóficas, psicológicas, socioculturais, espiritual-religiosas e artístico-criativas. O objetivo principal é compreender como diferentes sistemas de saber influenciam as RS da loucura e suas implicações nas práticas e políticas de saúde mental. Adota-se uma abordagem metodológica qualitativa, que combina análise histórica, revisão de escopo, Técnica de Associação Livre de Palavras (TALP) e análises lexicométricas com o software IRaMuTeQ. A amostra é composta por 200 participantes do estado da Paraíba (Brasil), cujas respostas foram analisadas por meio da Análise Prototípica e da Classificação Hierárquica Descendente (CHD). Os resultados indicam que a maioria dos participantes é do sexo feminino (75,24%) e tem entre 18 e 29 anos, com escolaridade predominantemente de ensino superior incompleto (37,5%) ou pós-graduação (33,93%). A religião majoritária é o cristianismo, e a classe social mais frequente é a média (36,99%). A Análise Prototípica revelou que o núcleo central das representações da loucura envolve termos como medo, doença, insanidade, descontrole e violência, indicando uma percepção da loucura como ameaça e desestabilização social. A primeira periferia inclui termos como delírio, sofrimento, transtorno, angústia e isolamento, refletindo uma concepção voltada ao sofrimento psíquico. A objetivação da loucura manifesta-se por meio de imagens concretas, especialmente estereótipos de violência e descontrole. A ancoragem observada foi predominantemente emocional (centrada no medo e sofrimento) e sociológica (relacionada à marginalização e estigmatização). A CHD evidenciou duas grandes divisões: uma centrada em perspectivas sociais e subjetivas, que concebem a loucura como construção social e experiência vivida; e outra focada em explicações biomédicas e psicológicas, que a entendem como desordem psíquica e descontrole. As classes identificadas refletem uma multiplicidade de significados, que vão da loucura como fenômeno social à sua definição como transtorno mental diagnosticável. A polifasia cognitiva manifesta-se de forma evidente nas representações, revelando a coexistência de diferentes sistemas de conhecimento — biomédico, social e existencial — em uma rede complexa de sentidos. A experiência da loucura é interpretada de modos variados, conforme o contexto sociocultural e a formação acadêmica dos participantes. Observou-se a predominância dos SRS biomédico e psicológico no núcleo das representações, enquanto os SRS sociocultural e filosófico-existencial emergiram mais nas periferias. As funções das representações — conhecimento, identidade, orientação e justificação — foram identificadas, demonstrando como essas construções moldam atitudes sociais, políticas públicas e práticas de cuidado em saúde mental. A pesquisa propõe um modelo integrativo que reconhece a interação entre os SRS e a Polifasia Cognitiva como elementos centrais na construção social da loucura. A discussão final ressalta a urgência de abordagens interdisciplinares que integrem dimensões biomédicas, simbólicas, culturais e afetivas, promovendo políticas públicas de saúde mental mais inclusivas e sensíveis à complexidade da experiência humana. |
Abstract: | This thesis investigates the Social Representations (SR) of madness through an integrative model that articulates Systems of Social Representations (SSR) and Cognitive Polyphasia. Grounded in the Theory of Social Representations (TSR), the study analyzes the historical and discursive construction of madness, highlighting symbolic disputes among biomedical, philosophical, psychological, sociocultural, spiritual-religious, and artistic-creative approaches. The main objective is to understand how different systems of knowledge influence the SR of madness and their implications for mental health practices and policies. A qualitative methodological approach was adopted, combining historical analysis, scoping review, the Free Word Association Technique (FWAT), and lexicometric analyses using the IRaMuTeQ software. The sample consisted of 200 participants from the state of Paraíba (Brazil), whose responses were analyzed through Prototypical Analysis and Descending Hierarchical Classification (DHC). Results indicate that most participants were female (75.24%), aged between 18 and 29 years, with predominantly incomplete higher education (37.5%) or postgraduate education (33.93%). Christianity was the predominant religion, and the most common social class was middle (36.99%). The Prototypical Analysis revealed that the central core of the representations of madness includes terms such as fear, illness, insanity, loss of control, and violence, indicating a perception of madness as a threat and a source of social destabilization. The first periphery comprised terms such as delirium, suffering, disorder, anguish, and isolation, reflecting an understanding of madness as psychological distress. The process of objectification was expressed through concrete images, especially stereotypes related to violence and lack of control. Anchoring was predominantly emotional (centered on fear and suffering) and sociological (linked to marginalization and stigmatization). The DHC revealed two major clusters: one focused on social and subjective perspectives, which frame madness as a social construct and lived experience; and another centered on biomedical and psychological explanations, which define madness as a psychic disorder and a loss of control. The identified classes reflect a multiplicity of meanings, ranging from madness as a social phenomenon to its conceptualization as a diagnosable mental disorder. Cognitive polyphasia was clearly manifested in the representations, revealing the coexistence of distinct knowledge systems — biomedical, social, and existential — forming a complex network of meanings. Interpretations of madness varied according to participants’ sociocultural backgrounds and educational levels. The biomedical and psychological SSRs were predominant in the representational core, while the sociocultural and philosophical-existential SSRs emerged more prominently in peripheral classes. The representational functions — knowledge, identity, orientation, and justification — were identified, illustrating how these representations shape social attitudes, mental health policies, and care practices. The study proposes an integrative model that recognizes the interaction between SSR and Cognitive Polyphasia as central elements in the social construction of madness. The final discussion emphasizes the need for interdisciplinary approaches that integrate not only biomedical dimensions but also symbolic, cultural, and affective components, aiming for more inclusive and context-sensitive mental health policies. RESUMEN Esta tesis investiga las Representaciones Sociales (RS) de la locura a partir de un modelo integrador que articula los Sistemas de Representaciones Sociales (SRS) y la Polifasia Cognitiva. Fundamentada en la Teoría de las Representaciones Sociales (TRS), la investigación analiza la construcción histórica y discursiva de la locura, evidenciando disputas simbólicas entre enfoques biomédicos, filosóficos, psicológicos, socioculturales, espiritual-religiosos y artístico-creativos. El objetivo principal es comprender cómo distintos sistemas de saber influyen en las RS de la locura y sus implicaciones en las prácticas y políticas de salud mental. Se adopta un enfoque metodológico cualitativo que combina análisis histórico, revisión de alcance, Técnica de Asociación Libre de Palabras (TALP) y análisis lexicométricos con el software IRaMuTeQ. La muestra está compuesta por 200 participantes del estado de Paraíba (Brasil), cuyas respuestas fueron analizadas mediante el Análisis Prototípico y la Clasificación Jerárquica Descendente (CHD). Los resultados indican que la mayoría de los participantes son mujeres (75,24%) y tienen entre 18 y 29 años, con un nivel educativo predominantemente de educación superior incompleta (37,5%) o posgrado (33,93%). La religión predominante es el cristianismo y la clase social más frecuente es la media (36,99%). El Análisis Prototípico reveló que el núcleo central de las representaciones de la locura incluye términos como miedo, enfermedad, insanidad, descontrol y violencia, lo que indica una percepción de la locura como amenaza y desestabilización social. La primera periferia incluye términos como delirio, sufrimiento, trastorno, angustia y aislamiento, reflejando una concepción centrada en el sufrimiento psíquico. La objetivación de la locura se manifiesta mediante imágenes concretas, especialmente estereotipos de violencia y descontrol. La anclaje observada fue predominantemente emocional (centrada en el miedo y el sufrimiento) y sociológica (relacionada con la marginación y la estigmatización). La CHD evidenció dos grandes divisiones: una centrada en perspectivas sociales y subjetivas, que conciben la locura como construcción social y experiencia vivida; y otra enfocada en explicaciones biomédicas y psicológicas, que la entienden como desorden psíquico y pérdida de control. Las clases identificadas reflejan una multiplicidad de significados, que van desde la locura como fenómeno social hasta su definición como trastorno mental diagnosticable. La polifasia cognitiva se manifiesta claramente en las representaciones, revelando la coexistencia de distintos sistemas de conocimiento —biomédico, social y existencial— en una red compleja de sentidos. La experiencia de la locura es interpretada de formas diversas, según el contexto sociocultural y la formación académica de los participantes. Se observó la predominancia de los SRS biomédico y psicológico en el núcleo de las representaciones, mientras que los SRS sociocultural y filosófico-existencial emergieron principalmente en las periferias. Se identificaron las funciones de las representaciones —conocimiento, identidad, orientación y justificación— evidenciando cómo estas construcciones moldean actitudes sociales, políticas públicas y prácticas de cuidado en salud mental. La investigación propone un modelo integrador que reconoce la interacción entre los SRS y la Polifasia Cognitiva como elementos centrales en la construcción social de la locura. La discusión final destaca la urgencia de enfoques interdisciplinarios que integren dimensiones biomédicas, simbólicas, culturales y afectivas, promoviendo políticas públicas |
Palavras-chave: | Psicologia social Representações sociais sistemas Loucura Polifasia cognitiva Modelo Integrativo Social Representations Madness Systems of Social Representations Cognitive Polyphasia Integrative Model Representaciones Sociales Locura Sistemas de Representaciones Sociales Polifasia Cognitiva Modelo Integrador |
CNPq: | CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Editor: | Universidade Federal da Paraíba |
Sigla da Instituição: | UFPB |
Departamento: | Psicologia Social |
Programa: | Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social |
Tipo de Acesso: | Acesso aberto Attribution-NoDerivs 3.0 Brazil |
URI: | http://creativecommons.org/licenses/by-nd/3.0/br/ |
URI: | https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/36151 |
Data do documento: | 24-Mar-2025 |
Aparece nas coleções: | Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA) - Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social |
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