Use este identificador para citar ou linkar para este item:
https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/36275
Tipo: | Tese |
Título: | Vidas passíveis de luto ? : uma análise das produções discursivas nos casos de feminicídio e mortes por Covid-19 em jornais do Maranhão |
Autor(es): | Ribeiro, Geysa Fernandes |
Primeiro Orientador: | Lucena, Marcela Zamboni |
Resumo: | A presente pesquisa analisa as representações sociais da morte, do morrer e do luto em jornais digitais maranhenses (O Imparcial, Jornal Pequeno e O Estado do Maranhão), entre os anos de 2020 e 2022, com ênfase nos contextos de feminicídio e da pandemia da covid-19. Considerando que o imaginário social sobre o luto é constantemente moldado por fatores históricos, políticos e econômicos, o estudo evidencia como a pandemia intensificou a visibilidade de temas tradicionalmente silenciados, como o feminicídio comparado as mortes provenientes da própria restrição sanitária. Nesse contexto, é possível perceber uma ampliação na cobertura midiática sobre mortes femininas por razões de gênero e perdas decorrentes da covid-19, com destaque para os rituais de enlutamento e suas representações nos discursos jornalísticos. Para alcançar os objetivos da pesquisa, o aporte teórico do trabalho está fundamentado na Sociologia das Emoções, nos Estudos Críticos do Discurso e nas Teorias de Gênero, considerando também o papel dos meios de comunicação como espaços de poder e produção de saber. Os jornais, especialmente em suas versões digitais e redes sociais, passaram a desempenhar papel ativo na construção de narrativas que oscilam entre a denúncia e a reprodução de violências simbólicas. Assim, a pesquisa investiga os enunciados utilizados, a frequência das menções ao luto, bem como os sentidos atribuídos às mortes por feminicídio e covid-19. As análises desenvolvidas permitiram constatar que, mesmo em um contexto excepcional como o da pandemia, o luto continua atravessado por marcadores sociais de gênero, raça e classe social, sendo discursivamente construído de forma ambígua. As formas de noticiar — ou silenciar — determinadas mortes revelam tensões entre visibilidade, responsabilização e reconhecimento social da perda. Os jornais, ao selecionar quais vidas são dignas de luto, contribuem para delimitar os contornos sociais do que é considerado uma vida enlutável. |
Abstract: | This research analyzes the social representations of death, dying and mourning in digital newspapers from Maranhão (O Imparcial, Jornal Pequeno and O Estado do Maranhão), between 2020 and 2022, with an emphasis on the contexts of femicide and the covid-19 pandemic. Considering that the social imaginary about mourning is constantly shaped by historical, political and economic factors, the study shows how the pandemic has intensified the visibility of traditionally silenced issues, such as femicide compared to deaths from health restrictions. In this context, it is possible to perceive an increase in media coverage of female deaths for gender reasons and losses resulting from covid-19, with emphasis on mourning rituals and their representations in journalistic discourses. In order to achieve the objectives of the research, the theoretical framework of the work is based on the Sociology of Emotions, Critical Discourse Studies and Gender Theories, also considering the role of the media as spaces of power and production of knowledge. Newspapers, especially in their digital versions and social networks, have come to play an active role in constructing narratives that oscillate between denouncing and reproducing symbolic violence. Thus, the research investigates the statements used, the frequency of mentions of mourning, as well as the meanings attributed to deaths by feminicide and covid-19. The analysis carried out showed that, even in an exceptional context such as the pandemic, mourning continues to be crossed by social markers of gender, race and social class, and is discursively constructed in an ambiguous way. The ways in which certain deaths are reported - or silenced - reveal tensions between visibility, accountability and social recognition of the loss. By selecting which lives are worthy of mourning, newspapers contribute to delimiting the social contours of what is considered a mournable life. RESUMEN La presente investigación analiza las representaciones sociales de la muerte, el morir y el duelo en periódicos digitales del estado de Maranhão (O Imparcial, Jornal Pequeno y O Estado do Maranhão), entre los años 2020 y 2022, con énfasis en los contextos del feminicidio y la pandemia de la covid-19. Considerando que el imaginario social sobre el duelo está constantemente moldeado por factores históricos, políticos y económicos, el estudio evidencia cómo la pandemia intensificó la visibilidad de temas tradicionalmente silenciados, como el feminicidio, en comparación con las muertes derivadas de las propias restricciones sanitarias. En este contexto, se percibe una ampliación en la cobertura mediática de muertes de mujeres por razones de género y de pérdidas ocasionadas por la covid-19, con especial atención a los rituales de duelo y sus representaciones en los discursos periodísticos. Para alcanzar los objetivos de la investigación, el marco teórico se fundamenta en la Sociología de las Emociones, los estudios críticos del discurso y las teorías de género, considerando también el papel de los medios de comunicación como espacios de poder y producción de saber. Los periódicos, especialmente en sus versiones digitales y redes sociales, pasaron a desempeñar un papel activo en la construcción de narrativas que oscilan entre la denuncia y la reproducción de violencias simbólicas. De este modo, la investigación examina los enunciados utilizados, la frecuencia de las menciones al duelo, así como los sentidos atribuidos a las muertes por feminicidio y por covid-19. Los análisis realizados permiten constatar que, incluso en un contexto excepcional como el de la pandemia, el duelo continúa atravesado por marcadores sociales de género, raza y clase social, y es discursivamente construido de forma ambigua. Las formas de comunicar —o silenciar— determinadas muertes revelan tensiones entre visibilidad, responsabilización y reconocimiento social de la pérdida. Al seleccionar qué vidas son dignas de duelo, los periódicos contribuyen a delimitar los contornos sociales de lo que se considera una vida llorada. |
Palavras-chave: | Luto Feminicídio Jornais Covid-19 Mourning Femicide Newspapers Duelo Feminicidio Prensa |
CNPq: | CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::SOCIOLOGIA |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Editor: | Universidade Federal da Paraíba |
Sigla da Instituição: | UFPB |
Departamento: | Sociologia |
Programa: | Programa de Pós-Graduação em Sociologia |
Tipo de Acesso: | Acesso aberto Attribution-NoDerivs 3.0 Brazil |
URI: | http://creativecommons.org/licenses/by-nd/3.0/br/ |
URI: | https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/36275 |
Data do documento: | 27-Fev-2025 |
Aparece nas coleções: | Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA) - Programa de Pós-Graduação em Sociologia |
Arquivos associados a este item:
Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
---|---|---|---|---|
GeysaFernandesRibeiro_Tese.pdf | 1,8 MB | Adobe PDF | Visualizar/Abrir | |
GeysaFernandesRibeiro_Tese_Ficha_SIGAA.pdf | 2,06 kB | Adobe PDF | Visualizar/Abrir |
Este item está licenciada sob uma
Licença Creative Commons