Skip navigation

Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/36993
Tipo: Tese
Título: Entre lua, água e terra: a poética do ecofeminismo afromoçambicano em Sónia Sultuane e Deusa D’África
Autor(es): Ramos, Joranaide Alves
Primeiro Orientador: Freitas, Sávio Roberto Fonseca
Resumo: Esta tese propõe e fundamenta o conceito de ecofeminismo afromoçambicano com base em algumas obras poéticas de Sónia Sultuane – No colo da Lua (2009), Roda das encarnações (2016), O lugar das ilhas (2021) – e Deusa d’África – A voz das minhas entranhas (2014), Ao encontro da vida ou da morte (2014), Cães à estrada e poetas à morgue (2022). O estudo nasce da averiguação de que, apesar da expansão teórica e geográfica do ecofeminismo, isso tem ocorrido a partir epistemologias majoritariamente hegemônicas, com pouco reconhecimento das cosmopercepções afromoçambicanas. Em Moçambique, ainda são iniciantes as discussões acadêmicas que vinculam ecologia, gênero, espiritualidade e ancestralidade, sobretudo, no que concerne a literatura de autoria de mulheres. A partir disso, o objetivo desta pesquisa foi o de analisar como os corpora selecionados contribuem para a concepção do ecofeminismo afromoçambicano, associando natureza humana, natureza mais-que-humana, espiritualidade, ancestralidade e questões de gênero. O estudo se deu por meio de uma pesquisa exploratória, bibliográfica e qualitativa, com abordagem hermenêutica, concentrada na produção de imagens e de metáforas poéticas. Os resultados assinalam que as poéticas soniana e deusiana se voltam para a construção do ecofeminismo afromoçambicano, um movimento plural e situado. Com base em imagens peculiares – aquela mais espiritualizada e contemplativa, esta mais visceral e crítica – ambas ressignificam as relações entre humanos, especialmente, mulheres e natureza mais-que-humana corroborando a necessidade da ética de coexistência e de vínculo ontológico com os ciclos vitais, por meio das categorias lua, água e terra, eixos simbólicos das coletâneas selecionadas. Concluo, portanto, afirmando que o ecofeminismo afromoçambicano estende e desenvolve o campo ecofeminista e que a poesia apresentada se constitui como um lugar de resistência e de inspiração para práticas de justiça ecológica, cuidado e consciência da interdependência entre humanos e mais-que-humanos.
Abstract: This thesis proposes and substantiates the concept of Afro-Mozambican ecofeminism based on some of Sónia Sultuane's poetic works – No colo da Lua (2009), Roda das encarnações (2016), O lugar das ilhas (2021) – and Deusa d’África – A voz das minhas entranhas (2014), Ao encontro da vida ou da morte (2014), Cães à estrada e poetas à morgue (2022). The study stems from the finding that, despite the theoretical and geographical expansion of ecofeminism, this has occurred from predominantly hegemonic epistemologies, with little recognition of Afro-Mozambican cosmoperceptions. In Mozambique, academic discussions linking ecology, gender, spirituality, and ancestry are still in their infancy, especially regarding literature written by women. Based on this, the objective of this research was to analyze how the selected corpora contribute to the conception of Afro-Mozambican ecofeminism, associating human nature, more-than-human nature, spirituality, ancestry, and gender issues. The study was conducted through exploratory, bibliographic and qualitative research, with a hermeneutic approach, focused on the production of images and poetic metaphors. The results indicate that Sonia’s and Deusa’s poetics are geared toward the construction of Afro-Mozambican ecofeminism, a plural and situated movement. Based on peculiar images—one more spiritual and contemplative, the other more visceral and critical—both reframe the relationships between humans, especially women, and more-than-human nature, corroborating the need for ethics of coexistence and ontological connection with life cycles, through the categories of moon, water, and earth, symbolic axes of the selected collections. I conclude, therefore, by affirming that Afro-Mozambican ecofeminism extends and develops the ecofeminist field and that the poetry presented constitutes a place of resistance and inspiration for practices of ecological justice, care, and awareness of the interdependence between humans and more-than-humans.
RESUMEN. Esta tesis propone y fundamenta el concepto de ecofeminismo afro-mosambicano basándose en algunas obras poéticas de Sónia Sultuane – No colo da Lua (2009), Roda das encarnações (2016), O lugar das ilhas (2021) – y Deusa d’África – A voz das minhas entranhas (2014), Ao encontro da vida ou da morte (2014), Cães à estrada e poetas à morgue (2022). El estudio surge de la constatación de que, a pesar de la expansión teórica y geográfica del ecofeminismo, esta se ha producido a partir de epistemologías mayoritariamente hegemónicas, con escaso reconocimiento de las cosmopercepciones afro-mozambiqueñas. En Mozambique, aún son incipientes los debates académicos que vinculan ecología, género, espiritualidad y ancestralidad, sobre todo en lo que se refiere a la literatura escrita por mujeres. A partir de ello, el objetivo de esta investigación fue analizar cómo los corpus seleccionados contribuyen a la concepción del ecofeminismo afro-mozambiqueño, asociando la naturaleza humana, la naturaleza más que humana, la espiritualidad, la ancestralidad y las cuestiones de género. El estudio se llevó a cabo mediante una investigación exploratoria, bibliográfica y cualitativa, con un enfoque hermenéutico, centrada en la producción de imágenes y metáforas poéticas. Los resultados señalan que la poética de soniana y deusiana se orienta hacia la construcción del ecofeminismo afro-mozambiqueño, un movimiento plural y situado. Basándose en imágenes peculiares —una más espiritualizada y contemplativa, la otra más visceral y crítica—, ambas reinterpretan las relaciones entre los seres humanos, especialmente las mujeres, y la naturaleza más que humana, corroborando la necesidad de la ética de la coexistencia y del vínculo ontológico con los ciclos vitales, a través de las categorías luna, agua y tierra, ejes simbólicos de las colecciones seleccionadas. Concluyo, por lo tanto, afirmando que el ecofeminismo afro-mosambicano amplía y desarrolla el campo ecofeminista y que la poesía presentada se constituye como un lugar de resistencia e inspiración para las prácticas de justicia ecológica, cuidado y conciencia de la interdependencia entre humanos y más-que-humanos.
Palavras-chave: Ecofeminismo afromoçambicano
Deusa d’África
Sónia Sultuane
Afro-mozambican ecofeminism
CNPq: CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal da Paraíba
Sigla da Instituição: UFPB
Departamento: Letras
Programa: Programa de Pós-Graduação em Letras
Tipo de Acesso: Acesso aberto
Attribution-NoDerivs 3.0 Brazil
URI: http://creativecommons.org/licenses/by-nd/3.0/br/
URI: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/36993
Data do documento: 30-Jul-2025
Aparece nas coleções:Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA) - Programa de Pós-Graduação em Letras

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
JoranaideAlvesRamos_Tese.pdf1,74 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Este item está licenciada sob uma Licença Creative Commons Creative Commons