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https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/525
Tipo: | TCC |
Título: | Canais iônicos na epilepsia : aspectos fisiopatológicos e terapêuticos |
Autor(es): | Silva, Alysson Santiago da |
Primeiro Orientador: | Silva, Bagnólia Araújo da |
Resumo: | Várias décadas têm sido dedicadas ao estudo da fisiopatologia da epilepsia, mas o conhecimento na área só contribuiu para uma compreensão parcial dos mecanismos envolvidos. Dados da Organização Mundial da Saúde apontam uma prevalência mundial de epilepsia por volta de 50 milhões de pessoas. No Brasil, estudos sobre os aspectos epidemiológicos da epilepsia são escassos, porém, baseado no último censo demográfico e na prevalência mundial, supõe-se que quase 2 milhões de pessoas sejam acometidas pela doença no país. A crise epiléptica é um período de excitação síncrona anormal de uma população de neurônios. O balanço entre sistemas de controle que impedem os neurônios de uma descarga de potencial de ação excessiva e outros sistemas que facilitam a excitação mantém o bom funcionamento do sistema nervoso. Os canais iônicos estão envolvidos com o processo de excitabilidade dos neurônios e de comunicação entre eles através da liberação de neurotransmissores, no entanto, só recentemente é que se tem evidência direta da importância das disfunções nos canais no surgimento natural desse distúrbio neuronal. As investigações genéticas fizeram com que algumas síndromes epilépticas fossem consideradas canalopatias e, por conseguinte, aumentaram o entendimento da fisiopatologia dos transtonos convulsivos. As canalopatias epilépticas são causadas por mutações nos genes que codificam os canais iônicos, tanto os canais sensíveis à voltagem (Na+ , K+ , Ca2+ e Cl- ), quanto os sensíveis a ligantes, como o receptor nicotínico da acetilcolina (nAChR) e receptor ionotrópico do ácido γ-aminobutírico (GABAA). Geralmente, essas mutações provocam alterações nas propriedades eletrofisiológicas dos canais levando ao aumento da excitabilidade ou diminuição da inibição neuronal. Este desequilíbrio do funcionamento das redes neuronais leva ao surgimento das crises epilépticas, que é a manifestação mais marcante da epilepsia. Os fármacos antiepilépticos atuam em vários alvos moleculares modulando a atividade dos canais iônicos sensíveis à voltagem (inibidores de canais de Na+ e Ca2+ e ativadores de canais de K+ ), aumentando a inibição neuronal mediada pelos receptores GABAA (moduladores GABAérgicos e fármacos que aumentam a disponibilidade do GABA) ou diminuindo a excitação sináptica (inibidores dos receptores do glutamato). As modificações biofísicas no comportamento dos canais induzidas pelos antiepilépticos são frequentemente opostas aos efeitos gerados pelas mutações. Entretanto, dada à incapacidade de cura dos fármacos disponíveis atualmente, o grande desafio para as pesquisas científicas é a descoberta de um tratamento capaz de prevenir ou reverter a epilepsia. |
Abstract: | Several decades have been devoted to study of epilepsy pathophysiology, but the knowledge in the area contributed to only a partial understanding of the mechanisms involved. Data from the World Health Organization indicate a epilepsy worldwide prevalence in about 50 million people. In Brazil, studies on the epilepsy epidemiological aspects are scarce, however, based on the latest census and worldwide prevalence, it is assumed that almost 2 million people are affected by the disease in the country. An epileptic seizure is a period of abnormal synchronous excitation of a neuronal population. The balance between control systems that prevent neurons from a excessive action potential discharge and other systems that facilitate excitation maintains the proper functioning of the central nervous system. Ion channels are involved in the process of neurons excitability and communication between them through the release of neurotransmitters, however, only recently has direct evidence of the importance of channels dysfunctions in natural emergence of this neuronal disorder. The genetic investigations led some epileptic syndromes were considered channelopathies and therefore increased the understanding of convulsive disorders pathophysiology. The epileptic channelopathies are caused by mutations in genes encoding ion channels, either voltage-gated ion channels (Na+, K+, Ca2 + and Cl-) as ligand-gated ion channels, such as nicotinic acetylcholine receptors (nAChR) and ionotropic gamma-aminobutyric acid receptors (GABAA). Generally, these mutations cause changes in channels electrophysiological properties leading to increased excitability or decreased inhibition. This imbalance in functioning of neural networks leads to seizures appearance, which is the most outstanding clinic manifestation of epilepsy. The antiepileptic drugs act on multiple molecular targets modulating the activity of voltage-sensitive ion channels (Na+ and Ca2+ channel inhibitors and K+ channel activators), increasing GABAA receptors-mediated neuronal inhibition (GABAergic modulators and drugs that increase the GABA availability) or decreasing synaptic excitation (glutamate receptor antagonists). The biophysical modifications in channels behavior that are induced by antiepileptic drugs are often opposite to the effects generated by mutations. However, given the inability to cure of currently available antiepileptic drugs, the major challenge for scientific research is the discovery of a treatment capable of prevent or reverse epilepsy. |
Palavras-chave: | Crise epiléptica Canais iônicos Canalopatias |
CNPq: | CNPQ:: CIÊNCIAS DA SAÚDE: FARMÁCIA |
Editor: | Universidade Federal da Paraíba |
Sigla da Instituição: | UFPB |
Departamento: | Farmácia |
URI: | https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/525 |
Data do documento: | 11-Jul-2014 |
Aparece nas coleções: | TCC - Farmácia |
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