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Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/32931
Tipo: Tese
Título: A ferida colonial, os museus e as lutas no campo: insurgências e práticas decoloniais no memorial das ligas e lutas camponesas
Autor(es): Tolentino, Átila Bezerra
Primeiro Orientador: Gutiérrez, Mónica Lourdes Franch
Primeiro Coorientador: Primo, Judite
Resumo: Esta pesquisa tem como finalidade compreender as estratégias utilizadas e os limites enfrentados por museus comunitários vinculados a lutas campesinas na tentativa de romper com a lógica subjacente à colonialidade, de modo a configurarem estruturas de desobediência a essa lógica por meio da politização de suas identidades e memórias coletivas. A análise se dá a partir da atuação dos agentes sociais que conformam o Memorial das Ligas e Lutas Camponesas - MLLC, localizado na comunidade tradicional rural de Barra de Antas, em Sapé/PB. Teórica e metodologicamente, a análise do fenômeno observado pauta-se em teorias críticas decoloniais, aliadas aos campos de estudo da Sociomuseologia e da Sociologia Rural, com foco na museologia social e na literatura que permita compreender o movimento social das Ligas Camponesas no contexto do campesinato brasileiro. O estudo se caracteriza como uma pesquisa de campo com abordagem qualitativa e na perspectiva de uma “sociologia pública”, como propõem os sociólogos Fernando Perlatto e João Marcelo Maia (2012). Além do levantamento bibliográfico e de pesquisas em documentos primários, arquivísticos e audiovisuais, foi realizado um estudo de campo, a partir dos trabalhos que o pesquisador já vinha desenvolvendo, de forma engajada e implicada, junto à equipe do MLLC. A pesquisa também teve como suporte narrativas de fontes orais, de primeira e segunda mão, de camponeses que atuam ou atuaram no memorial, de agentes locais e de moradores de Barra de Antas e do seu entorno. Partimos do pressuposto de que o espaço social concreto onde o memorial está localizado é impactado pelos processos de colonialidade que mantêm suas matrizes de poder, refratados nos privilégios historicamente concedidos a uma elite agrária, que perpetua a grande concentração fundiária no país e se reflete em Barra de Antas. Tais privilégios são sustentados pela exploração do trabalhador camponês e pelas violências físicas e simbólicas a que foram e são submetidos, constituindo uma “ferida colonial” (Mignolo, 2007) estruturante da questão agrária brasileira, que perpassa a história da formação do Brasil enquanto Estado-nação e perpetua-se pelos processos de colonialidade. Essa ferida também se reflete nas memórias coletivas dos povos do campo subalternizados, carregadas de traumas, dores, silenciamentos e tentativas de apagamento ou manipulação de memórias. Coube ainda compreender como essas feridas coloniais têm sido lidadas por esses grupos na constituição de suas memórias coletivas e na musealização de suas referências culturais e lutas sociais.
Abstract: This research aims to understand the strategies used and the limits faced by community museums linked to peasant struggles in an attempt to break with the logic underlying coloniality, in order to configure structures of disobedience to this logic through the politicization of their identities and collective memories. The analysis is based on the actions of the social agents that make up the Memorial of Struggles and Peasant Leagues - MLLC, located in the traditional rural community of Barra de Antas, in Sapé/PB. Theoretically and methodologically, the analysis of the observed phenomenon is based on decolonial critical theories, combined with the fields of study of Sociomuseology and Rural Sociology, with a focus on social museology and literature that allows understanding the social movement of the Peasant Leagues in the context of the brazilian peasantry. The study is characterized as field research with a qualitative approach and from the perspective of a “public sociology”, as proposed by sociologists Fernando Perlatto and João Marcelo Maia (2012). In addition to the bibliographical survey and research into primary, archival and audiovisual documents, a field study was carried out, based on the work that the researcher had already been developing, in an engaged and involved way, together with the MLLC team. The research was also supported by narratives from oral sources, first and second hand, from peasants who work or worked at the memorial, local agents and residents of Barra de Antas and its surroundings. We start from the assumption that the concrete social space where the memorial is located is impacted by the processes of coloniality that maintain their matrices of power, refracted in the privileges historically granted to an agrarian elite, which perpetuates the great concentration of land in the country and is reflected in Barra de Antas. Such privileges are sustained by the exploitation of peasant workers and by the physical and symbolic violence to which they were and are subjected, constituting a “colonial wound” (Mignolo, 2007) structuring the Brazilian agrarian issue, which permeates the history of the formation of Brazil as a State- nation and is perpetuated by processes of coloniality. This wound is also reflected in the collective memories of subalternized rural people, filled with trauma, pain, silencing and attempts to erase or manipulate memories. It was also necessary to understand how these colonial wounds have been dealt with by these groups in the constitution of their collective memories and in the musealization of their cultural references and social struggles.
RESUMEN Esta investigación tiene como objetivo comprender las estrategias utilizadas y los límites que enfrentan los museos comunitarios vinculados a las luchas campesinas en un intento de romper con la lógica subyacente a la colonialidad, para configurar estructuras de desobediencia a esta lógica a través de la politización de sus identidades y memorias colectivas. El análisis se basa en las acciones de los agentes sociales que integran el Memorial de las Ligas y Luchas Campesinas - MLLC, ubicado en la tradicional comunidad rural de Barra de Antas, en Sapé/PB. Teórica y metodológicamente, el análisis del fenómeno observado se sustenta en teorías críticas decoloniales, combinadas con los campos de estudio de la Sociomuseología y la Sociología Rural, con un enfoque en la museología social y la literatura que permite comprender el movimiento social de las Ligas Campesinas en el contexto del campesinado brasileño. El estudio se caracteriza por ser una investigación de campo con enfoque cualitativo y desde la perspectiva de una “sociología pública”, propuesta por los sociólogos Fernando Perlatto y João Marcelo Maia (2012). Además del levantamiento bibliográfico y la investigación de documentos primarios, de archivos y audiovisuales, se realizó un estudio de campo, a partir del trabajo que el investigador ya venía desarrollando, de manera comprometida e involucrada, junto con el equipo de MLLC. La investigación también se apoyó en relatos de fuentes orales, de primera y segunda mano, de campesinos que laboran o trabajaron en el memorial, agentes locales y vecinos de Barra de Antas y sus alrededores. Partimos del supuesto de que el espacio social concreto donde se ubica el memorial está impactado por los procesos de colonialidad que mantienen sus matrices de poder, refractadas en los privilegios históricamente otorgados a una élite agraria, que perpetúa la gran concentración de tierra en el país y se refleja en Barra de Antas.Tales privilegios se sustentan en la explotación de los trabajadores campesinos y en la violencia física y simbólica a la que fueron y son sometidos, constituyendo una “herida colonial” (Mignolo, 2007) que estructura la cuestión agraria brasileña, que permea la historia de la formación de Brasil como Estadonación y se perpetúa por procesos de colonialidad. Esta herida también se refleja en las memorias colectivas de la población rural subalternizada, llena de trauma, dolor, silenciamiento e intentos de borrar o manipular recuerdos. También era necesario comprender cómo estos grupos han abordado estas heridas coloniales en la constitución de sus memorias colectivas y en la musealización de sus referencias culturales y luchas sociales.
Palavras-chave: Museologia social
Sociomuseologia
Ligas camponesas
Peasant leagues
Peasantry
Social museology
Decoloniality
Sociomuseology
Ligas campesinas
campesinado
museología social
decolonialidad
Sociomuseología
CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::SOCIOLOGIA
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal da Paraíba
Sigla da Instituição: UFPB
Departamento: Sociologia
Programa: Programa de Pós-Graduação em Sociologia
Tipo de Acesso: Acesso aberto
Attribution-NoDerivs 3.0 Brazil
URI: http://creativecommons.org/licenses/by-nd/3.0/br/
URI: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/32931
Data do documento: 24-Mai-2024
Aparece nas coleções:Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA) - Programa de Pós-Graduação em Sociologia

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