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https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/33033
Tipo: | Dissertação |
Título: | Territórios e afetos: decolonialidade em vasto mar de sargaços, de Jean Rhys |
Autor(es): | Barbosa, Ana Paula Herculano |
Primeiro Orientador: | Schneider, Liane |
Resumo: | Os estudos decoloniais surgem como um movimento de reelaboração de perspectivas na produção do conhecimento, possibilitando o reposicionamento e revisão dos processos colonizatórios nas Américas. Partindo desse viés decolonial, analisamos o nosso corpus de pesquisa, o romance Vasto mar de sargaços ([1966]2012) da escritora caribenha Jean Rhys. Através da narrativa rhysiana passamos a conhecer Antoinette, protagonista do romance, que é acompanhada da infância até a vida adulta em seus trânsitos por diferentes territórios; ela, uma mulher crioula vinda da elite local, cresce na Jamaica colonial após o Ato de Emancipação de 1833 (Freitas, 2017; Silva, 2021), sob a forte influência do sistema moderno-colonial. Ao casar-se com um homem inglês aristocrata, Antoinette passa a sofrer de maneira mais direta com práticas violentas disseminadas pelo regime colonial. Com o intuito de empreendermos a análise do romance rhysiano partindo do giro decolonial (Segato, 2021;2022), tratamos dos conceitos de território, corpo, afeto e violência a partir dessa perspectiva. Dessa forma, discutimos as violências perpetradas contra a protagonista e outras duas mulheres- sua mãe Annette e sua antiga babá Christophine, a partir da leitura dos corpos delas como territórios. Também pensamos as reações desses corpos-territórios frente às violências que sofrem, sendo esses atos violentos apoiados pelas políticas do sistema moderno-colonial. Ainda tratando do conceito de território, agora vinculado aos afetos, pensando estes como potência, analisamos o poder da territorialidade em afetar o sujeito, direcionando nosso olhar para a maneira pela qual os territórios influenciam Antoinette. Para alcançarmos tais objetivos, tratamos, inicialmente, da obra rhysiana e a produção acadêmica brasileira sobre as narrativas de Rhys. Para adentrarmos a discussão sobre decolonialidade recorremos a autoras/es como: Quijano (1992), Maldonado-Torres (2018), Mignolo e Walsh (2018), Segato (2012;2021;2022), Mendoza (2010), Ballestrin (2013), Dussel (2000) e Lugones (2014;2020). Tratando de terminologias que envolvem o giro decolonial e que possibilitaram o desenvolvimento das seções seguintes, nas quais discutimos os atos violentos dos quais as personagens foram vítimas e suas reações frente a essas violências. Ao tratar da relação entre territórios e afetos, realizamos discussões sobre o termo afeto e o viés que optamos seguir ao utilizá-lo em nossa pesquisa, trabalhando com autoras/es como: Ahmed (2014), Almeida (2015a;2015b), Deleuze (2019), Haesbaert (2020;2021), hooks (2021), Lara (2020;2021), Solana e Vaccarezza (2020a;2020b), entre outras/os. Ao tratar dos territórios de afetos enfatizamos a influência da territorialidade sobre as subjetividades. O percurso empreendido nos permitiu estabelecermos conexões entre a decolonialidade e a releitura da figura da vítima passiva, lugar esse que não é ocupado pelas personagens Antoinette, Annette e Christophine, além de podermos averiguar a importância da territorialidade e dos afetos para as práticas de resistência da protagonista Antoinette. |
Abstract: | Decolonial studies have emerged as a movement to re-elaborate perspectives in the production of knowledge, making it possible to reposition and review colonizing processes in the Americas. From this decolonial perspective, we analyzed our research corpus, the novel Wide Sargasso Sea ([1966]2016) by Caribbean writer Jean Rhys. Through the Rhysian narrative we get to know Antoinette, the novel's protagonist, who is followed from childhood to adulthood in her transits through different territories; she, a Creole woman from the local elite, grows up in colonial Jamaica after the Emancipation Act of 1833 (Freitas, 2017; Silva, 2021), under the strong influence of the modern-colonial system. By marrying an aristocratic English man, Antoinette began to suffer more directly from the violent practices disseminated by the colonial regime. In order to analyze the Rhysian novel on the basis of the decolonial turn (Segato, 2021;2022), we dealt with the concepts of territory, body, affection and violence on the basis of this perspective. In this way, we discuss the violence perpetrated against the protagonist and two other women- her mother Annette and her former nanny Christophine- by reading their bodies as territories. We also consider the reactions of these bodies-territories to the violence they suffer, with these violent acts being supported by the policies of the modern-colonial system. Still dealing with the concept of territory, now linked to affections, thinking of these as potency, we analyze the power of territoriality to affect the subject, directing our gaze to the way in which territories influence Antoinette. In order to achieve these objectives, we will begin by analyzing Rhysian work and the Brazilian academic production on Rhys's narratives. In order to enter the discussion on decoloniality, we turned to authors such as: Quijano (1992), Maldonado-Torres (2018), Mignolo and Walsh (2018), Segato (2012;2021;2022), Mendoza (2010), Ballestrin (2013), Dussel (2000) and Lugones (2014;2020). We deal with terminologies that involve the decolonial turn and that have enabled the development of the following sections, in which we discuss the violent acts that Antoinette, Annette and Christophine were victims and their reactions to this violence. When dealing with the relationship between territories and affections, we discussed the term affection and the bias we chose to follow when using it in our research, working with authors such as Ahmed (2014), Almeida (2015a;2015b), Deleuze (2019), Haesbaert (2020;2021), hooks (2021), Lara (2020;2021), Solana and Vaccarezza (2020a;2020b), among others. When dealing with territories of affections, we emphasize the influence of territoriality on subjectivities. Our analysis has allowed us to establish connections between decoloniality and the re-reading of the figure of the passive victim, a place that is not occupied by the characters Antoinette, Annette and Christophine; as well as being able to ascertain the importance of territoriality and affections for the protagonist Antoinette's practices of resistance. |
Palavras-chave: | Vasto mar de sargaços Jean Rhys Decolonialidade Território Afeto Corpo Violência Wide Sargasso Sea Decoloniality Territory Affection Body Violence |
CNPq: | CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Editor: | Universidade Federal da Paraíba |
Sigla da Instituição: | UFPB |
Departamento: | Letras |
Programa: | Programa de Pós-Graduação em Letras |
Tipo de Acesso: | Acesso aberto Attribution-NoDerivs 3.0 Brazil |
URI: | http://creativecommons.org/licenses/by-nd/3.0/br/ |
URI: | https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/33033 |
Data do documento: | 19-Jul-2024 |
Aparece nas coleções: | Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA) - Programa de Pós-Graduação em Letras |
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