Skip navigation

Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/35239
Tipo: TCC
Título: Os reflexos das normas de gênero no autismo em meninas
Autor(es): Silva, Ericka Katharyne Rêgo da
Primeiro Orientador: Mata, Áurea Augusta Rodrigues da
Resumo: Este estudo tem como objetivo geral compreender como as normas de gênero reverberam sobre o comportamento de meninas autistas. Para tanto, vamos analisar as possíveis influências no subdiagnóstico, nas estratégias de camuflagem social (masking) e no desenvolvimento educacional de meninas. Historicamente, o autismo foi estudado sob uma perspectiva predominantemente masculina, o que resultou em um viés diagnóstico que negligencia as manifestações do transtorno em meninas e mulheres. A fundamentação teórica baseia-se nos conceitos de gênero de Butler (2003), que discute a performatividade e a desconstrução social da identidade e de Beauvoir (1967), que problematiza a concepção histórica do feminino. Além disso, utilizamos os estudos de Foucault (1999, 2001) sobre normatização dos corpos, Scott (1995) sobre a estruturação do gênero enquanto categoria de análise, Moscovici (2007) acerca das representações sociais e bell hooks (2018), que critica a naturalização da dominação patriarcal. O trabalho segue uma abordagem qualitativa, com revisão bibliográfica e levantamento do estado da arte sobre a temática nos últimos dez anos (2014-2024), incluindo pesquisas de Salgado (2023), Silva e Mendonça (2022), Loureiro (2024), Costa (2020), Cassaguerra (2024), Brunetto e Vargas (2023), Miranda (2023), Vasconcelos (2022), Ferreira (2018), Hull, Petrides e Mandy (2020), Teixeira (2023), Freire e Cardoso (2022), Rosa (2024) e Nascimento et al. (2025). Os resultados evidenciam três eixos principais: os instrumentos diagnósticos, construídos Com base em parâmetros masculinos, não consideram as formas atípicas com que meninas autistas expressam o transtorno; a escola e a sociedade reforçam normas de gênero que estimulam a camuflagem compulsória dos traços autísticos, dificultando sua identificação; a camuflagem impacta negativamente a saúde mental e o desenvolvimento educacional, levando à sobrecarga emocional e problemas na socialização escolar. Além disso, a dificuldade de reconhecimento do autismo em meninas perpetua sua invisibilização no ambiente educacional, fazendo com que suas necessidades sejam frequentemente ignoradas ou mal interpretadas, o que compromete a implementação de práticas pedagógicas adequadas. Conclui-se que o subdiagnóstico e a camuflagem social são reforçados por uma estrutura social que impõe expectativas rígidas de comportamento às meninas, tornando essencial desconstruir estereótipos que limitam o reconhecimento da neurodiversidade e tornam o ambiente escolar menos inclusivo.
Abstract: This study aims to understand how gender norms reverberate in the behavior of autistic girls. To this end, we will analyze the possible influences on underdiagnosis, social camouflaging strategies (masking), and the educational development of girls. Historically, autism has been studied from a predominantly male perspective, resulting in a diagnostic bias that neglects how the condition manifests in girls and women. The theoretical framework is based on Butler’s (2003) concepts of gender, which discuss performativity and the social deconstruction of identity, and Beauvoir’s (1967) problematization of the historical conception of femininity. Furthermore, we draw on Foucault’s (1999, 2001) studies on the normalization of bodies, Scott’s (1995) reflections on gender as a category of analysis, Moscovici’s (2007) theory on social representations, and bell hooks’ (2018) critique of the naturalization of patriarchal domination. This is a qualitative study, based on a bibliographic review and a survey of the state of the art on the topic over the last ten years (2014–2024), including research by Salgado (2023), Silva and Mendonça (2022), Loureiro (2024), Costa (2020), Cassaguerra (2024), Brunetto and Vargas (2023), Miranda (2023), Vasconcelos (2022), Ferreira (2018), Hull, Petrides, and Mandy (2020), Teixeira (2023), Freire and Cardoso (2022), Rosa (2024), and Nascimento et al. (2025). The results highlight three main points: diagnostic tools, developed based on male parameters, do not consider the atypical ways in which autistic girls express the condition; schools and society reinforce gender norms that encourage the compulsory masking of autistic traits, making identification more difficult; and masking negatively impacts mental health and educational development, leading to emotional overload and difficulties in school socialization. Additionally, the difficulty in recognizing autism in girls perpetuates their invisibility in educational settings, causing their needs to be frequently overlooked or misinterpreted, which hinders the implementation of appropriate pedagogical practices. It is concluded that underdiagnosis and social camouflaging are reinforced by a social structure that imposes rigid behavioral expectations on girls, making it essential to deconstruct stereotypes that limit the recognition of neurodiversity and contribute to making the school environment less inclusive.
Palavras-chave: Normas de gênero
Autismo
Meninas autistas
CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAO::TOPICOS ESPECIFICOS DE EDUCACAO::EDUCACAO ESPECIAL
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal da Paraíba
Sigla da Instituição: UFPB
Departamento: Educação
Tipo de Acesso: Acesso aberto
URI: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/35239
Data do documento: 29-Abr-2025
Aparece nas coleções:CE - TCC - Pedagogia

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
EKRS21072025.pdf861,3 kBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.